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Uma Mãozinha ao Destino Anna
Marya Schneider, 61 anos, nasceu Ana Maria. E basta conhecer a atividade dela para
entender a razão da mudança no nome: Anna é numeróloga. Aos
leigos, a explicação: a numerologia estuda supostos significados dos números. Os que a
ela se dedicam acreditam que cada letra corresponde a um número. A combinação dos
algarismos resulta e um valor final que revela características e tendências regentes
sobre quem carrega determinada alcunha. Trocar ou substituir letras do próprio nome não
deixa de ser uma espécie de manobra para controlar o destino. A eficácia da estratégia é
assegurada por especialistas como Anna. Ela
conta que nem sempre o argumento lhe fez sentido. Nascida e criada no Cristo Redentor,
onde vive até hoje, vem de uma família de seis filhos. Estudou Administração de Empresas
na Faculdade São Judas Tadeu, foi representante comercial e dona de lojas. Uma mulher de
negócios, não adepta ao esoterismo. No
final da década de 1980, ela conheceu as cartas ciganas por intermédio de uma amiga, e
sua racionalidade cedeu à sedução dos arquétipos. Anna passou a brincar de interpretar
signos do baralho e interessou-se pelo tarô. Fez cursos, aperfeiçoou-se. - Mas
sempre desacreditando um pouco – pondera.
Mãe
de dois filhos, chegou a vender malhas e bijuterias. Foi nos idos de 1990 que sua sorte
virou: a taróloga iniciante recebeu o convite de uma jornalista para participar de um
programa de televisão. Em um quadro semanal, Anna revelava, ao vivo, as predições do
baralho para espectadores em crise com o destino. A
atração durou apenas três meses, mas a fama de Anna perenizou-se. As dúvidas quanto ao
misticismo desapareceram. A essas alturas, o tarô já havia tomado conta de seu tempo e
despontava como negócio rentável. A numerologia, a qual ela se dedica exclusivamente
hoje, surgiu na história da ex-vendedora poucos anos depois: - Eu
fui estudar numerologia para contra-argumentar meus amigos que acreditavam. Sou muito pé
no chão – garante. Mas o
feitiço virou contra o feiticeiro.
Atualmente, no escritório na Avenida Assis Brasil, Anna se envaidece da clientela:
casais “grávidos”, ansiosos para registrar em cartório a sina prodigiosa dos filhos,
empresários empenhados em garantir a prosperidade dos negócios e, até mesmo políticos em
busca da combinação numérica capaz de assegurar a eleição. Sentada em frente à
escrivaninha, a numeróloga conta ter clientes que a procuram há mais de 10 anos. A
parece atrás da mesa é coberta de recortes de jornais e revistas com entrevistas
concedidas por ela – há pelo menos 60 páginas na parede da sala de trabalho.
Espalhadas sobre a mesa, pedras semipreciosas dividem espaço com velas, imagens místicas
e uma série de outras tantas quinquilharias esotéricas. - As
pessoas para me agradar, me dão de presente, mas eu não acredito em tudo não, apesar de
estar aberta a todas as crenças - explica Anna, que também é espírita. Sobre
a numerologia, arremata: - Não
existe número da sorte. Existe o número de cada um, que pode ser usado em nosso favor.
Não tem como provar, essas coisas são difíceis de explicar. |
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